Pouco se sabe sobre a belíssima rainha de Sabá, cuja
história é repleta de mistério. A parte conhecida de sua história está relatada
no Velho Testamento, datadas no século 6 d.C., e em um dos livros de Talmudu
(coletânea das tradições orais judaicas).
No Alcorão (livro sagrado muçulmano) encontramos referência
à suposta cidade natal da rainha, Marid. Dentre todos os relatos a respeito da
rainha de Sabá, o mais conhecido é o da Etiópia, o Kebra Nagast, do século 11
a.C. Segundo esse documento, ela teria assumido o trono com apenas 15 anos de
idade, após a morte do pai.
Em Sabá as mulheres e os homens possuíam praticamente os
mesmos direitos, por isso sua coroação foi muito festejada pelos súditos. A
única coisa que fazia a diferença entre homens e mulheres em seus direitos era
a determinação religiosa de a rainha manter-se virgem. Como uma boa seguidora
dos costumes de seu povo, Bilqis como era chamada no Alcorão, aceitou
conformada. Já que não poderia jamais deliciar-se dos prazeres carnais,
dedicou-se ao estudo da filosofia e do misticismo. Seu reinado esbanjou luxo e
riqueza, isso graças à farta colheita, que era estimulada por avançadas
técnicas de irrigação, e à localização privilegiada que impulsionava o
comércio. Sabá era ponto de encontro de mercadores vindos de todos os lugares.
Vendia-se e comprava-se de tudo pelas pequenas ruas do reino, em especial
mercadorias oriundas do Oriente. Para se distrair a rainha circulava em meio ao
tumulto do comércio. Gostava de conversar com os viajantes, foi em uma dessas
conversas, que sobe da existência do rei Salomão. Foi o chefe das caravanas
reais, Tamrim, que lhe relatou a história de tal rei.
Ele vendia incensos de Sabá para diversos lugares do mundo e
trazia muitos tecidos e jóias para a rainha. Ao retornar de uma viagem à cidade
de Jerusalém, ele contou que havia feito negócios com um rei cujo nome era
Salomão, muito rico e que tinha fama de sábio e generoso. A soberana ficou
muito intrigada com os dotes intelectuais do rei de Jerusalém, então resolveu
viajar para conhecer o soberano pessoalmente. Anunciou que iria junto com
Tamrim em sua próxima viagem à Jerusalém, para isso saiu pelo reino em busca de
presentes para Salomão.
A comitiva tinha 800 animais, apesar da curta distância a
viagem durou seis meses. Chegando à Jerusalém, a rainha se dirigiu ao palácio,
trajando roupas caras, coberta de jóias e seguida por servos trazendo os
presentes para o anfitrião. Divertiu-se testando a sagacidade de Salomão, muito
culta e bem-humorada ela disparou um arsenal de charadas com a intenção de
desafiá-lo. O rei, muito sábio, não deixou nenhuma pergunta sem resposta.
Por sua vez, Salomão pregou a ideologia e os valores de sua
religião, o Judaísmo, e conquistou mais uma adepta. Como um grande sedutor, ele
também cortejou a visitante. Mesmo tendo feito o voto de castidade, a rainha de
Sabá em sua primeira noite no palácio não resistiu ao charme de Salomão e se
entregou a ele. Permaneceu meses na companhia de Salomão e retornou para casa
grávida do amado, o filho foi chamado de Menilek.
Após o retorno da rainha, os relatos foram se tornando
escassos. Nenhuma das histórias sobre a rainha de Sabá é arqueologicamente
comprovada. Dessa forma, a célebre e lendária rainha tornou-se um grande enigma
da história, não há comprovação de sua verdadeira história e nem relatos de seu
fim.
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